Hoje eu comemoro com Deus 21 anos seguindo a espiritualidade como uma linda missão. A missão que não pedi, mas que recebi com todo o meu coração, e como nenhuma missão é fácil, a minha não seria diferente. Através de dom, vidência, intuição, ou apenas uma linha fina e invisível com meus mentores e guias espirituais, coloquei muitos no caminho certo, tirei muitos das trevas, ensinei e o mais importante aprendi com cada erro e acerto das pessoas que Deus colocou em minha vida para um auxílio espiritual.
Relutei ao sacerdócio na doutrina que sigo, mas me dei conta de que eu seria injusto comigo mesmo se não o aceitasse. Fiz curso, supletivo e faculdade, com a vida, com guias, mentores, com Bàbálórìṣà, com alguns em longo período, com outros num curto, mas de todos aprendi o certo e o errado. E o errado eu jamais fiz e farei, por apenas ter entendido que quem manda em nossa vida é Deus, a gente só passa o recado a diante e que devemos ser apenas um instrumento e não querer ser a melodia.
Por muitos anos pedi para eu não ter visão, razão ou a verdade. Nunca fui atendido nestas questões, mas com isso também aprendi que é melhor assim do que arriscar a vida do próximo permitindo erros e espalhando informações erradas.
No início, meu espiritual me deu uma língua afiada, para eu doutrinar filhos rebeldes, e médiuns sem fé. Pedi por longos anos, uma fala mansa, ao invés desta. Hoje me atenderam, de forma diferente, deram-me um pano branco e com ele vou poder enxugar as lágrimas daqueles que não ouvirem o espiritual e sofrem as consequências de seus atos. Com ele também vou poder cobri-los de amor e paz, esperando o tempo certo de cada um aprender com suas falhas.
Agradeço a Deus por ter me doutrinado em minha fé desde os meus seis anos, da qual me recordo claramente de cada pessoa que atendi, seja numa abertura de tarot ou apenas emprestando os meus ouvidos e deixando minha boca falar frases que minha espiritualidade usava para resolver diversos problemas.
Agradeço a minha amada mãe que me formou o sacerdote que sou hoje, me ensinando o bem e me mostrando como levar a luz para aqueles que estão na escuridão.
Agradeço ao meu companheiro Bàbá Luis Fernando T´Ògún IfáTósìn que com sua imensa humildade se colocou de joelhos por muitas vezes para arrumar a barra de minhas vestes, para pedir benção de meu Òrìṣà e para limpar o caminho por onde eu iria passar.
Sem estas pessoas e estes gestos eu não seria um sacerdote, eu seria apenas mais um tentando subir a escada da evolução espiritual. Sem as pessoas que nos fazem acontecer, somos apenas um corpo que fede.
Não poderia deixar de agradecer as centenas de pessoas que passaram pela minha vida, me ensinando tudo o que sei. Com carinho lembro da Rose Ragazon T´Ọya e do Bàbá Paulo Henrique T´Ògún.
Os demais, e são muitos, não preciso escrever aqui, mas assim como os já citados, com certeza também estão gravados em meu coração.
àṣẹ