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Eleve-se. Bàbá e Ìyá são lapidadores, você é o diamante!

Atualizado: 17 de fev. de 2022


Nos ensinamentos de Ifá aprendemos que um Orí (cabeça) ofendido defende o ser humano mesmo que ele já tenha perdoado o ofensor. Existem diversas formas de ofender o Orí alheio e entrar nessa guerra perigosa, até mesmo sem saber. Uma das formas são as críticas desnecessárias que soltamos às pessoas. Outra forma é contar uma história que tenha acontecido na vida de outra pessoa e remontá-la com opiniões com nossa própria visão dos fatos.


Ifá ensina que é muito errado narrarmos erros daqueles que nem sequer temos mais contato, pelo simples fato de não sabermos ao certo se naquele momento da narração essa pessoa ainda faz as mesmas coisas que estamos contando e espalhando por aí. Isso seria com certeza levantar falso testemunho e fazer propagar ao mundo, de orí em orí, uma inverdade sobre alguém. Sendo assim estaremos ofendendo o orí dessa pessoa e ele por si só, entrará em guerra com o nosso.


Ifá ensina que devemos agradar o orí daquele que nos corrige, pois sem suas correções não conseguiríamos perceber onde erramos e podemos melhorar. Um(a) zelador(a) de orí é também responsável em apontar com críticas as falhas de seu/sua iniciado(a) ou devoto(a) de Òrìṣà. Como sacerdote percebi e aprendi que quando exercemos essa função de fiscalizador e corretor, a primeira ação do corrigido é levantar-se diante de suas próprias falhas e apontar em direção do corretor as falhas dele. Eis aí o perigo instaurado. Esse dedo está simplesmente sendo apontado não para o orí do(a) zelador(a), mas para o de Èṣù Òrìṣà. Afinal é Èṣù que faz a boca do/a sacerdote/sacerdotisa dizer aquilo que é necessário para a lapidação de caráter e melhoria do Orí.


Os filhos e filhas de Òrìṣà acreditam veementemente na democracia dentro de um tratamento religioso e não percebem que ao entrarem em uma casa de àṣẹ estão adentrando em um centro de recuperação. Acham que estão lá porque eles mesmos querem e com esse mesmo querer saem a qualquer momento. Em parte, é verdade, ninguém é preso a nada. Porem subestimar a força invisível que o influenciou a entrar ou sair é no mínimo falta de conhecimento, mesmo que o mesmo ache que se trata de falta de crença apenas. As coisas existem, as pessoas acreditando nelas ou não. Simples assim.


O mais comum que filhos e filhas do àṣẹ não percebem é quando se deparam com sacerdotes/sacerdotisas escolhidos(as). Eles não conseguem entender o papel do sacerdote e sua forma de trabalhar, servir ao Deus Supremo e aos encantados (Òrìṣà). E isso é muito ruim para o devoto ou iniciado, pois sem percepção e presos a ignorância que lhe convém quando a transformam julgando ser em “sabedoria”, eles não percebem que estão simplesmente sendo testados por aquele escolhido para sua própria boa lapidação a fim do mesmo saber em qual estagio o orí que veio ser corrigido está.


Exemplo claro disso é: O Bàbálórìṣà ou Ìyálórìṣà passa o ensinamento que filho/a não se senta ou não fica na mesma altura que eles estiverem. O Bàbá para testar diz, sente aqui meu/minha filho/a, e aponta para a cadeira, esta que está bem na mesma altura que o Bàbá está sentado. O filho entende que Bàbá deixou. E senta. Logo o sacerdote percebe que as regras ali ainda são um problema naquele orí. E mais, entende que aquele orí está vulnerável a cometer erros por chegar a conclusões erradas. Neste simples exemplo tenho uma dica para você, devoto(a) ou iniciado(a) no Òrìṣà: Quando seu sacerdote/sacerdotisa pedir algo que o mesmo já explicou que não se deve fazer, cabe você a recusar. O ensinamento já fora passado e os testes serão aplicados, simplesmente porque esse sacerdote escolhido trabalha muito bem em prol da evolução do orí a qual foi confiado zelar.


As guerras de opiniões entre sacerdotes/sacerdotisas e devotos(a) é o grande problema dentro do àṣẹ.

Todos realmente divergem em algum momento e a liberdade dada pelo sacerdote ao(à) filho(a) não pode ser confundida com intimidade e com anulação de cargo e funções do mesmo na vida daquele que está ali pra ser corrigido e cuidado. Se seu/sua Bàbálórìṣà/Ìyálórìṣà já provou a você que zela pelo seu orí e defende a verdade e honestidade dita e aplicada doa a quem doer, não se esqueça do porque você está ali diante dele/dela e sob seus cuidados. Não queira corrigir uma “apostila” que a você só foi dada a chance de apenas ler trechos. Chance oferecida pelo bom coração ou necessidade do(a) sacerdote/sacerdotisa em fazer você crescer pelas razões apresentadas pelo Òrìṣà a ele/ela. Não corrija o que você não conhece e não vive. Não caia na cilada de opinar somente pelo fato de você ter boca e opiniões. Você não é sacerdote ou sacerdotisa. Você não faz os mesmos sacrifícios de vida, não estuda os mesmos livros e não ouve as mesmas vozes que ele/ela. Entenda, de fato, o porque está, onde está e quem realmente te colocou em cada lugar, além dos motivos destas questões.


Abra os ouvidos para aprender a todo momento e a boca somente quando lhe for perguntado algo. E sim, diga sempre o que está em seu orí com verdade, assim como o que está em seu coração. E não se feche à correção. Afinal, esse é o foco: Ser corrigido! Concordar e não concordar é uma coisa, acreditar e não acreditar é outra e isso não anula a coroa e sabedoria daquele que seu Òrìṣà te apresentou como corretor(a) e zelador(a).


Eleve seu pensamento e coração pra além do infinito da bondade! Realize seus sonhos e viva mais agradecendo do que reclamando. Muitos caminhos são difíceis sim, mas você já andou por muitos e hoje é mais experiente. Então seja seu amigo e se ajude. Não confunda amizade que tem com seu sacerdote/sacerdotisa com direito de ser para ele/ela o que acha que deve ser. Achando-se um corretor de orí como o(a) mesmo(a) é. Se ele/ela permite que você o(a) corrija, acredite, simplesmente são aqueles mesmos testes para ver se um dia você conseguirá ser um(a) corretor(a) de orí melhor que ele/ela e a si próprio(a) quando ele/ela não estiver mais ali com você.


Falo por mim e por alguns sacerdotes de Ọ̀ṣun natos, nós nos maquiamos da forma que o filho/filha precisa nos ver para simplesmente montar um cenário real de aprendizado pro enfrentamento dos problemas que terão na vida fora do útero de Ọ̀ṣun (Ilé Àṣẹ – casa de àṣẹ - força vital). A vulnerabilidade mostrada por nós, nossos dramas e temperamento são nossas ferramentas pro(a) filho(a) estar diante de tudo que enfrentará ao se olhar no espelho ou a conversar com alguém por onde passar e precisar auxiliar aquela pessoa de maneira certa. Nem sempre somos o que mostramos ser, pelo fato de você precisar enxergar em nós o necessário pra auto evolução. Ọ̀ṣun enterra seus tesouros no fundo do rio, não são muitas pessoas que ela permite que os encontrem, somente os escolhidos por ela. Assim é um(a) sacerdote/sacerdotisa de Ọ̀ṣun. Você acha que o(a) conhece, mas só conhece o que ele/ela quer e como quer que você o/a conheça para simplesmente te lapidar, porque para ele/ela, você, devoto(a) ou iniciado(a), é DIAMANTE QUE O DEUS SUPREMO CRIOU E O(A) CONFIOU PARA UMA HONESTA LAPIDAÇÃO!


Eleve-se!


Se tiver uma fé do tamanho de um grão de mostarda, essa já será suficiente pra você vencer, pois o Criador quando te fez, colocou o melhor D´Ele em você!


O dábọ̀ àti mo dúpẹ́ ẹ!

(Até logo e agradeço!)

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